
Não tenho a certeza de quantas vezes isso já aconteceu com vocês, mas quando estam no meio da gravação de chamadas durante os Video Music Awards e de repente recebem um e-mail da assistente do chefe do seu chefe a dizer que precisam de entrevistar a Britney Spears no seu camarim em 10 minutos - pessoal, isso é doido.
Porque é Britney Spears. Uma das maiores pop stars no planeta, constante alvo dos tablóides, enigma decidido. Ela não é exactamente acessível à imprensa (por motivos certamente compreensíveis) nem particularmente interessada em se sentar para uma conversa - especialmente quando a dita conversa é no seu camarim, rodeada pela sua equipa de publicistas, maquilhadores e amigos. Nem preciso dizer que as chances de tudo ser um fracasso são bem altas.
E ainda assim, lá estava eu, num Domingo à noite, no meu caminho pelos corredores dos bastidores do Nokia Theatre, os VMA literalmente a acontecerem a meu redor, a caminho de me encontrar com a Britney. Preparado apenas com um e-mail (e com um nível mínimo de autorização da segurança), para passar tive que conversar com os segurança com caras de pedra - que, devo notar, também não pareciam acreditar que eu estava prestes a entrevistar Britney Spears -, encontrei o caminho para o seu camarim e esperei por mais instruções. Enquanto eu estava ali parado, a minha mente foi a mil: o que exactamente eu iria perguntar a ela afinal? E, talvez mais importante, como ela é de verdade?
Depois de alguns minutos, a porta abriu-se, um dos seus publicistas esticou a cabeça para fora e disse-me, friamente 'A Britney está pronta'. Entrei no minúsculo camarim, passei os olhos por todos os rostos ao longo das paredes (publicista um, publicista dois, empresário Larry Rudolph, maquilhador, irmã Jamie Lynn) e de repente vejo-me frente a frente com a própria Britney, olhos bem abertos e brilhantes, cabeça levemente inclinada, um grande sorriso no rosto. Notei o pequeno par de dados vermelhos tatuados no seu pulso esquerdo, a bainha do seu vestido preto, o jeito com que ela cruzava os seus tornozelos. E então, vi que ela estava a olhar bem na minha direcção.
'Olá, eu sou a Britney' ela disse.
Sério.
Fico feliz em dizer que Britney Spears é uma pessoa muito bacana; ela é engraçada e age com uma graça tão relaxada que nem combina com o seu status de superstar. Conversámos sobre a homenagem dos VMA - durante a qual ela passou boa parte do tempo a elogiar os outros - e como, mesmo após ganhar uma data de prémios, ela ainda fica toda maravilhada cada vez que o seu nome é chamado. Nós rimos até do alterego de Lady GaGa, Jo Calderone ('ela com certeza incorporou o personagem', Britney riu). Na verdade, o que mais me impressionou nela foi sua maneira de ser: ela solta sacadas e piadinhas uma atrás da outra.
E enquanto eu acho que poderias dizer que eu aprendi imenso sobre a Britney neste Domingo à noite, a maior lição foi provavelmente esta: basicamente tudo o que achas que sabes sobre ela está errado. É uma pena que ela não dê mais entrevistas, porque, a sério, eu acho que a maioria sairia a sentir-se do mesmo jeito que eu. Mas até aí, eu entendo porque ela não o faz. É como que uma batalha igual a subir uma ladeira nesse ponto.
De qualquer forma, entrevistá-la foi definitivamente um ponto alto, e não apenas porque ela é tímida com a imprensa. Foi certamente o meu melhor momento nos VMA, até melhor do que o pre-show do qual eu fui anfitrião ao vivo domingo à noite. Então, da próxima vez que receberem um e-mail urgente e um convite para se sentarem com a Britney, é altamente recomendável que vocês o respondam imediatamente. Com certeza vai ser um tempo bem passado.
MTV
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